sexta-feira, 18 de março de 2011

PODERES POLÍTICOS Á RASCA OU RASCA?

Quando um político - neste caso, a Presidente da Assembleia Municipal de Mondim de Basto - encontra no ataque pessoal o modelo pensado para atingir um adversário com a finalidade de tentar justificar o seu acto de descontrole ou dissimular a incapacidade como conduz sem isenção o cargo para o qual foi eleita, descreve claramente o seu perfil de um político “Á Rasca ou Rasca”.
A repetição em publicar dois artigos num espaço tão curto de quatro dias para tentar confundir os mondinenses sobre o seu infeliz acto de “abandonar” a Sessão da Assembleia Municipal, alegando que a minha intervenção tinha tido uma conduta brejeira, anedótica e xenófoba, não é mais do que uma atitude de quem tomou uma decisão precipitada sem avaliar as suas consequências políticas. Como a publicação do primeiro artigo não surtiu o efeito desejado, houve que remediá-lo com uma segunda publicação. E, a única forma encontrada foi em acentuar ainda mais a calunia, a difamação e a humilhação.
Digo-lhe desde já – julgo que irá contentar o seu ego - que conseguiu ofender-me, como também senti-me ofendido perante a sociedade, senti-me ofendido pela minha família e sobretudo pelos meus filhos. No entanto, sinto-me envergonhado de que na sociedade política mondinense um dos altos cargos seja representado por uma pessoa que se manifesta de uma forma vulgar, covarde e sem classe política, que não dignifica em nada o papel que desempenha, contribuindo assim, para que as pessoas formem uma imagem negativa dos nossos políticos.
Da mesma forma, a sua atitude em abandonar a sala da assembleia municipal, em nada abonou a seu favor. Se a minha intervenção era tão grave como descreve, pergunto-lhe: por que não usou os poderes que lhe competem como autoridade máxima naquela audiência? No meu ponto de vista, se um comandante de um posto policial não tiver controlo sobre os seus soldados, este, não está a altura para ser o líder. Será que a forma como tem vindo a conduzir as sessões, sem o mínimo de isenção, e permitindo que o Presidente da Câmara interfira nas intervenções dos membros da assembleia como bem entende, a leva a perder o controlo da mesma? Eu não tenho a menor dúvida que este seja o factor de todas as polémicas germinadas nas assembleias a que presidiu. Aproveito para lhe informar, que as duas assembleias não presididas por Vossa Excelência, decorreram com a maior normalidade, respeito e isenção. E mais, numa delas, presidida pela sua colega de bancada, a Enfª Fernanda Lemos, esta foi manifestamente felicitada pelos membros da oposição pela excelente postura com que conduzira os trabalhos. E por falar em conduta exemplar, quando na última e polémica assembleia, V. Exªa usou um dito “Pimenta naquele sítio dos outros é refresco”, pergunto se esta forma de se expressar é correcta ou não? Ou será que pelo facto de ser Presidente da Assembleia Municipal tem algum privilégio para usar frases tão deselegantes?
Já é notório, que alguns destacados membros do Partido Socialista de Mondim de Basto, vêm, sistematicamente, desde as eleições autárquicas, tentando denegrir a minha imagem quer política, quer pessoal, como também, tentando oprimir as minhas intervenções. Pois bem meus senhores, sei que sou o vosso principal alvo a abater. Mas podem utilizar os vossos meios privilegiados na imprensa, nos blogs, ou no site da câmara, como bem entenderem que mesmo assim, não vão me calar nem inibir. Continuarei a desempenhar o meu papel na vida política mondinense como sempre fiz até a data. Com determinação, frontalidade, honestidade e com consciência cívica. Nunca deixarei de questionar e de exigir as obrigações a que a nossa autarquia está sujeita perante os mondinenses, sem fazer distinção dos que me elegeram. Manterei na mesma o meu tom de voz, carregado de verdade e de indignação pelas promessas eleitorais ilusórias, ignoradas ou não cumpridas.
O PS enquanto esteve na oposição, fez críticas de todas as naturezas e formas. Agora, que está no poder não quer ser questionado. Por isso, cito-vos uma célebre frase do Ex-Chanceler alemão Helmut Shmidt “tem algo a esconder, aquele que leva mal as críticas”.
Dito isto, sou obrigado a questionar: Porque será que o Sr. Presidente da Câmara, Humberto Cerqueira, na altura como vereador da oposição, tentou denunciar que o caso do Muro do Eiral, tinha sido uma obra com favorecimentos a privados lesando o erário público? E, neste momento, que este mesmo senhor se encontra no poder, com acesso a toda a documentação, porque não toma qualquer atitude, que venha provar que tinha razão? Ou, então, reconhecer, humildemente, que estava enganado e pedir desculpas a quem acusou injustamente? Mais ainda. Se o actual Presidente da Câmara diz que a autarquia está falida e até esta em vias de fechar as portas, pergunto-me: Perante esta afirmação, não deveria a autarquia já ter sido objecto de uma auditoria da gestão do executivo anterior? Penso que sim. Como também o meu repúdio por o custo com o Staff político actual ser o mais elevado de sempre.
Resumindo e concluindo, entendo que será por estas e outras razões, por pedir esclarecimentos, apontar erros, colocar questões, que o meu tom de voz se torna muito incomodativo para o Partido Socialista nas Assembleias Municipais.
Por tudo isso sim, que é a minha obrigação de eleito. E não por ser brejeiro.
Perdoo sempre os meus adversários, mas nunca esqueço os nomes deles.
Lá estarei na próxima assembleia, para cumprir as obrigações que assumi para com quem me elegeu.

Fernando Gomes (Membro da Assembleia Municipal pelo CDS-PP)

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