quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma misteriosa trama de histórias e incursão na experiência do voyeurismo.

No último dia do mês, o CCVF recebe o intrigante “Saturday Night” de Matthew Lenton
A 30 de Setembro, sexta-feira, o teatro marca presença no Centro Cultural Vila Flor com a intrigante peça “Saturday Night”, que desenvolve os fascínios do trabalho mais recente de Matthew Lenton da companhia teatral escocesa Vanishing Point – o aclamado e multi-premiado “Interiors” – espectáculo que trouxe para a linha da frente da cena internacional uma companhia que vem afirmando uma refrescante linguagem evocativa e hipnótica, e que conta as suas histórias partindo mais do que vemos (como se o palco fosse uma janela indiscreta) do que nos é dito por palavras.

Quando olhamos para uma fotografia, fazemos uma leitura profunda de uma única imagem, imaginando a história que ela conta. Deixamos a nossa imaginação agir sobre essa imagem. “Saturday Night” é sobre os ambientes que criamos para nós próprios e chamamos de “nossa casa”, os sonhos que construímos juntos, os segredos que mantemos uns dos outros.

Este espectáculo explora uma poderosa combinação orgânica de performance teatral, música e vídeo começando com uma série de imagens misteriosas, precisas, belas, intensificadas e pormenorizadas, cada uma delas acompanhada de uma peça musical, cada uma delas a contar uma história. Os pontos de partida deste trabalho de Matthew Lenton incluem fotografias de Gregory Crewdson – famoso pelas suas imagens encenadas de casas e subúrbios de uma América crepuscular e surreal –, de Tom Hunter e de In Sook Kim, que fantasia sobre o universo privado de pessoas que vivem em edifícios transparentes.

Estamos a observar através das janelas de uma casa, com um jardim: salas diferentes, pessoas diferentes. O que decorre lá dentro é um mistério a ser descortinado e construído.
Quem é o jovem casal que chegou recentemente? Que está ele fazendo na casa de banho? Quem é aquela presença estranha no andar acima? E o que é que se está a movimentar no jardim? Você vê tudo. Você não ouve nada. As pistas estão lá. Quem são os protagonistas? O que fazem ali? Será a sua relação amigável ou perigosa? Há um mistério que temos de resolver. Somos, com efeito, voyeurs activos, que detectam sentidos nos intrincados pormenores e pistas oferecidos pela imagem. Quando a imagem começa a mover-se, como num programa de televisão, os seus elementos e a relação que estabelecem entre si tornam-se menos significativos. Aparentemente, já não nos sentimos levados a fazer a nossa própria leitura de uma imagem. Em vez disso, esperamos que nos seja mostrado o que a imagem vai revelar.

Uma misteriosa trama de histórias e incursão na experiência do voyeurismo, “Saturday Night” inspira-se nesse lugar a que chamamos “lar” e nos perigos que inesperadamente o invadem.

O Grande Auditório do CCVF irá servir de palco para este espectáculo no próximo dia 30 de Setembro, às 22h00.

Os bilhetes encontram-se à venda no Centro Cultural Vila Flor, nas lojas Fnac e no site www.ccvf.pt onde é possível consultar toda a programação.

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A companhia Vanishing Point cria teatro novo para públicos modernos. O seu trabalho começa com uma curiosidade - uma ideia ou uma história em que estão interessados em “mergulhar”. Eles gostam do comum para o tornar extraordinário e do extraordinário para o tornar comum, criando uma realidade como a nossa, mas diferente - sonhadora, escura, misteriosa e bela. Nestes mundos de sonho, há ecos da sua própria existência, dos seus próprios conflitos e batalhas, mas não há respostas. O seu trabalho foca-se na componente visual, teatro baseado em acção, combinando performance com multimédia. Interessam-se em como a acção, ao invés de palavras, conta histórias. O seu trabalho é visual, fílmico, evocativo e impressionista. Trabalham através de uma colaboração colectiva com artistas, designers, músicos, cineastas e artistas. Cada elemento do trabalho impulsiona e inspira os outros. A companhia foi formada em 1999 com o objectivo principal de contar histórias sombrias e bonitas. A fim de introduzir o público em aventuras com paisagens estranhas e de sonho, pretendem fazer teatro focado em eventos ao vivo, para criar uma experiência que seja ao mesmo tempo visceral e divertida.
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