quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

2ª edição do GUIdance - Festival Internacional de Dança Contemporânea decorre de 01 a 11 de fevereiro no CCVF
“Au-delà” (foto de Bashir Borlakov)
Contando com oito espetáculos, sete deles estreias, a 2ª edição do GUIdance arranca já esta quarta-feira (01 de fevereiro) com a estreia absoluta da criação “Au-delà”, uma peça da internacionalmente reconhecida companhia belga de dança contemporânea les ballets C de la B, com coreografia de Koen Augustijnen.
Para esta criação, Koen Augustijnen vira a sua atenção para o imaginário da vida após a morte, explorando os problemas que temos em aceitar a nossa mortalidade e a dificuldade com que enfrentamos a morte de alguém querido. Les ballets C de la B apresentam-nos, em “Au-delà”, um trajeto de cinco bailarinos pelo percurso arbitrário de que é feito o mundo. Há uma realidade que nos transcende e nos escapa, e para a qual procuramos, incessantemente, uma explicação, a explicação. Procurámos nos mitos e deuses, na natureza imperscrutável, procurámos intensamente. “Au-delà” é essa procura.
No segundo dia de festival (2 de fevereiro), sobe ao palco Um gesto que não passa de uma ameaça, uma obra recentemente agraciada com o “Prix Jardin d’Europe”, um galardão obtido em Bucareste, Roménia, e referenciada pela crítica nacional como um dos 10 melhores espetáculos de dança em 2011, e que vem cimentar a posição de primeira linha de Sofia Dias e Vítor Roriz no que diz respeito à criação contemporânea. Desagregar para construir. Este parece ser o mote que está na génese de “Um gesto que não passa de uma ameaça”, representando um mundo contingente e mutável, uma miríade de possibilidades vertiginosas.Um gesto que não passa de uma ameaça” não passa de um gesto que se renova a todo o instante, criando novos modos de construir mundos.
No dia seguinte (3 de fevereiro), o Centro Cultural Vila Flor acolhe a estreia nacional do espetáculo “Dancing With The Sound Hobbyist”, uma viagem cosmopolita ao universo musical de Zita Swoon e à concomitante fusão com o coletivo de dança Rosas. Iniciado em 1993, Antuérpia, o projeto musical Zita Swoon, do qual Carlens é fundador, mistura as produções melancólicas e penetrantes com o groove do funk, o folk tradicional com o blues. O grupo de rock indie tem como particularidade o facto de nunca se repetir ao vivo. Nos últimos 27 anos, o coletivo Rosas tem oferecido ao panorama da dança internacional produções pautadas pela estreita relação entre movimento e música, lugares onde tempo e espaço se fundem na ebulição dos corpos. As fortes raízes sonoras de Keersmaeker encontram-se em grande parte das suas coreografias. Esta cumplicidade, espelhada pela vasta paleta musical de Zita Swoon, dá origem à perfeita sintonia entre movimento e som, o que faz com que neste espetáculo músicos e bailarinos assumam as duas funções de forma indiscriminada.
Em dia de fecho da primeira semana de festival (4 de fevereiro), o Pequeno Auditório do CCVF recebe “iDENTiDADE”, uma proposta artística produzida especificamente para a Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, que a vimaranense Rafaela Salvador pretende que seja de caráter multidisciplinar, inclusivo e inovador. “iDENTiDADE” é um repto lançado à comunidade e uma experiência enriquecedora que dilui fronteiras entre criadores e fruidores. Os objetivos, sem dúvida ambiciosos, possuem o mérito trazido pelo trilhar de novos caminhos na descoberta da identidade cultural vimaranense. Não uma descoberta icónica e óbvia, acessível a todos, mas uma procura de aspetos que se escondem nas sombras e nos lugares recônditos. Através da envolvência das populações, desmistifica-se o processo criativo, criam-se novas linguagens voltadas para o futuro, formam-se novas plateias.
Até 11 de Fevereiro, o GUIdance trará a Guimarães algumas das mais conceituadas companhias e criadores nacionais e internacionais. Este ano integrado na programação da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, este festival apresenta-se como um estímulo à criação artística, colocando Guimarães na rota internacional da dança contemporânea. Todos os espetáculos realizam-se no Centro Cultural Vila Flor, às 22h00.
A segunda semana do GUIdance conta ainda com quatro estreias. Duas absolutas: “O Nada” (08 de fevereiro), espetáculo de Dança Multidisciplinar da CiM (Companhia Integrada Multidisciplinar), e “A Ballet Story” (09 de fevereiro), uma criação de Victor Hugo Pontes a partir da obra “Zephyrtine” de David Chesky; e duas estreias nacionais: “Island of no memories” (10 de fevereiro), da responsabilidade de Kaori Ito, e a fechar a edição de 2012 do GUIdance, “For Rent” (11 de fevereiro), da aclamada companhia Peeping Tom.
Os bilhetes para os espetáculos podem ser adquiridos no Centro Cultural Vila Flor, nas lojas fnac e no site www.ccvf.pt onde é possível consultar toda a programação.
É possível usufruir do serviço de baby-sitting durante o período dos espetáculos por apenas 1 euro, o qual poderá ser requerido junto da bilheteira.

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