sábado, 31 de março de 2012

Inspector da ANPC investiga Corpo de Bombeiros de Mondim de Basto

 A Autoridade Nacional de Protecção Civil, investiga a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto. Em causa estão irregularidades nas escalas de DECIF, nas despesas de Viaturas e Equipamentos e a má gestão das verbas atribuídas.

No passado mês de Janeiro, ocorreu um assalto dentro do gabinete do Comando de onde foram roubados a verba do peditório na actividade de cantares dos reis e o restante seria dinheiro que havia sobrado no pagamento das despesas com pessoal do DECIF de 2011. A investigação deste caso está a cargo no Núcleo de Investigação Criminal da Guarda Nacional Republicana, tendo sido já chamados a prestar declarações vários elementos da nossa Corporação.
A nossa corporação vive uma fase muito má, estamos a falar de situações que põem em causa a honestidade e empenho dos nossos elementos, todos somos suspeitos e de certa forma cúmplices destas situações por até hoje não termos a coragem e a determinação de mudarmos o destino da nossa Associação. Chegamos a um ponto de não retorno e algo tem que ser feito, os culpados têm que responder pelos seus erros e quem estiver a mais tem que sair. Tal situação só se arrasta porque não á coragem para enfrentar os problemas sem receio de represálias. Esta situação serve também para alertar o que vai em muitas Corporações pelo País, sim, porque não somos os únicos.
Se vimos um anterior CONAC a ser julgado, ninguém deve ter medo de expor estes casos.
As Associações de Bombeiros foram criadas para servir a humanidade e o que ela contempla, não para uso e sustento próprio.


A Bem da Humanidade, Corpo Activo de Mondim de Basto
Galeria Gomes Alves





Júlio Pomar
Dom Quixote 1961-2005

Inaugura a 13 de Abril de 2012 pelas 22h00

sexta-feira, 23 de março de 2012

Funcionalidade da vila de Mondim, para onde caminhas?!

Pensar em Mobilidade Urbana Sustentável não se circunscreve apenas em responder a questões relacionadas com os aspetos relativos ao transporte e trânsito. Requer, acima de tudo, em projetar e dar continuidade a uma série de iniciativas que integram e interagem com agentes públicos e privados locais. Estes devem ser traçados com diretrizes que envolvam a combinação das políticas de uso do solo, do ambiente urbano, do transporte, do trânsito de veículos, sem descuidar a variável mais importante que é o ser humano.
Neste contexto, atualmente, não se  pode desprezar todos os sistemas de escoamentos de águas pluviais, a que se acresce  uma relação de segurança entre o trânsito e os peões.
As obras que estão a ser executadas na Vila de Mondim de Basto revelam e demonstram uma total desorganização do executivo camarário na execução do projeto, bem como uma falta de sensibilidade no que respeita à mobilidade urbana.

Em qualquer canto da Vila, o tema de conversa gira sobre as malfadadas obras de Regeneração Urbana que não escondem aos olhares atentos, e são bastantes, as várias falhas que apresentam, sobretudo no estrangulamento das vias, aquando dos ângulos de viragem, nas indicações dos sentidos obrigatórios que devemos seguir. Neste sentido, passamos a descrever alguns dos casos mais insólitos, que merecem figurar no « Isto, só vídeo ».
Está bem patente que a rotunda - que mais parece a “Rosa dos Ventos” – junto ao posto da Galp irá condicionar a mudança de direção de alguns veículos, nomeadamente os de grande dimensão. Já é facto consumado, que os camiões que vêm descarregar combustível no posto Galp, não conseguem sair em frente sem galgar o passeio, ou então, são obrigados a recuar e a voltar a entrar na via. Situações como estas são muitas e já objeto de reclamação.

No que respeita aos sentidos obrigatórios, verifica-se que quem abastece no referido posto da Galp não pode seguir logo em direção a rua José Maria de Alpoim. É obrigado a ir até aos Bombeiros Voluntários e voltar praticamente ao local onde se encontrava. Isto é simplesmente absurdo dada a proximidade da “rotunda”. Perturbante é que esta rotunda e outras vias não permitirão uma viragem correta de um veículo de média e grande dimensão sem subir os lancis dos passeios.
Sintomático é confluir para a rotunda da Igreja todo o trânsito de várias artérias, cruzando quem sai do estacionamento da Escola/Campo de Futebol, quem vem de Vilar de Viando,  da GNR, da Av. Dr. Augusto Brito,  da Av. Da Igreja, portanto,  canalizando  todas essas vias para para uma única rotunda.  Na época do Verão e nos  eventos que atraem multidões, certamente  que se verificará  um congestionamento infernal, com os incómodos que já se poderão adivinhar.

 É notório que o estrangulamento das vias e o estacionamento em espinha na Av. Dr. Augusto Brito tornou a visibilidade dos condutores mais reduzidas ou até nula. Quando um veículo tiver ao seu lado uma viatura de maior dimensão, irá com certeza dificultar a sua saída e, provavelmente, proporcionar mais acidentes, como já aconteceu.
Devido ao estrangulamento e à falta de local para cargas e descargas em algumas vias, a interrupção do trânsito e o seu congestionamento tem causado esperas e embaraços diversos.
 A qualidade de alguns materiais que estão a ser aplicados denota imprecisões, irregularidades e fragilidade que saltam à vista. Alguns já estão partidos e outros, brevemente, para lá caminharão a breve trecho, destacando-se uma estética que nos tempos que correm merecia melhor.

Em suma, este projeto demonstra claramente que este executivo não teve uma visão ambiciosa. Teve a oportunidade de levantar os pavimentos, poderia ter contactado empresas para a instalação do Gás Natural e de Fibra Ótica, que fariam a instalação dessas infraestruturas a baixo custo e, bem negociado, até poderia conseguir a custo zero.   Não teve a capacidade de prever e resolver alguns erros de projeto, que agora se observam, que não garantem uma boa funcionalidade da vila e irá prejudicar o comércio local.


 



Comissão Política do CDS-PP de Mondim de Basto
Peça do Teatro Oficina, “Um Acto de Comunhão”, na Casa das Artes de Felgueiras



A peça “Um Acto de Comunhão”, do Teatro Oficina, um monólogo encenado e interpretado por Marcos Barbosa, sobe ao palco do Café Concerto da Casa dasArtes de Felgueiras no próximo dia 27 de março (terça-feira), às 22h00. Recorda-se que “Um Acto de Comunhão” teve estreia nacional no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no dia 05 de outubro de 2011. Nesta produção, Marcos Barbosa –diretor artístico do Teatro Oficina – encena e interpreta uma obra inquietante e isenta de tabus, uma metáfora dos relacionamentos contemporâneos, em que o furtivo e imediato prevalecem.
Com texto original do argentino Lautaro Vilo e baseado na história real de Armin Meiwes (ocorrida em 2001) que chocou o mundo, “Um Acto de Comunhão” é um espetáculo sobre os limites do desejo, a solidão e as novas, estranhas e inverosímeis formas de encontro. Percorre a vida de um homem e o desenvolvimento dos seus singulares apetites sexuais, amorosos e existenciais. É uma obra repleta de uma perversidade que emergiu da obsessão em navegar por chats frequentados por masoquistas ou transgressores, seja no que se refere ao sexo ou a uma vasta gama de tabus. Uma história densa que poderá servir como material de reflexão sobre os tempos modernos, cada vez mais sustentados na virtualidade do que no real da vida.
“Um Acto de Comunhão” tem igualmente apresentação marcada no Teatro Helena Sá e Costa, no âmbito do FITEI (FestivalInternacional de Teatro de Expressão Ibérica), a 01 de junho, às 18h30.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Freguesia de Mondim de Basto

Intervenção em caminhos e outras obras



Na sequência de outras obras, esta Junta de Freguesia vem dando prioridade nas intervenções aos acessos em lugares mais isolados da freguesia, por forma a proporcionar mais comodidade aos idosos que sentem alguma dificuldade em trilhar pelas calçadas antigas que apresentam um piso bastante irregular.

Foram realizadas 3 obras de pavimentação nos lugares de; Campos com uma pequena reparação do piso existente eliminando os desníveis que obrigava uma condução mais cautelosa. No lugar de Montão, foi substituído o piso existente que apresentava muitas irregularidades que os idosos manifestavam o seu medo em caminhar neste acesso. No lugar de Pedra Vedra, foi pavimentada um antigo trilho, Quelha de S. Bartolomeu. Esta obra sofreu uma intervenção mais profunda com alargamento em alguns pontos, canalização das águas pluviais e reparação do trecho que transpõem o ribeiro. Este acesso é essencial na ligação da zona antiga a Capela de S. Bartolomeu e Estrada Nacional, reduzindo em cerca de 1 Km.

No lugar de Campos, por motivos de segurança, foi colocada uma rede de protecção de um tanque de regadio junto ao lavador de roupa, no sentido de evitar algum acidente com queda de uma criança ou de alguma pessoa que habitualmente  se deslocam ao lavadouro.

No Monte da Srª da Piedade, como tem sido prática, realizou-se numa faixa do monte uma limpeza de matos que estão próximos de casas e do “Bairro dos Pobres”, tendo como principal finalidade, manter estas habitações protegidas no caso de incêndio.

Brevemente, este monte irá sofrer uma intervenção em toda a sua zona florestal no sentido de transformar esse local num lugar aprazível digno de ser visitado e procurado para algumas actividades de lazer e de manutenção física.

Com essas limpezas são realizadas alguns cortes de árvores que são dispensáveis a sua presença. A lenha depois será fornecida as famílias mais carenciadas.






















Mondim de Basto, 09 de Março de 2012-03-09

O Executivo




Um dia ap?s o lan?amento do novo disco “Broda”, os Gala Drop encerram tourn?e europeia no Caf? Concerto do CCVF
Gala Drop (Foto de Marta Pina)
Num m?s de intensa programa??o cultural em Guimar?es, o Caf? Concerto do Centro Cultural Vila Flor n?o foge ? regra, reservando tr?s concertos para a segunda quinzena de mar?o: Sensible Soccers, Daniel Higgs e Gala Drop.
A abrir a segunda quinzena do m?s (17 mar?o), o Caf? Concerto do CCVF acolhe os Sensible Soccers, uma banda que viaja no tempo atrav?s das suas sonoridades que v?o desde edi??es digitais at? ? magia anal?gica das cassetes, que parecem estar a fazer culto junto de um nicho internacional. Os Sensible Soccers n?o esperam pelos novos paradigmas para os seguir, antes estabelecem desafios est?ticos que tanto retratam a realidade local, como rapidamente abrem os bra?os ao universo enquanto casa que habitam. Desde outubro do ano passado, altura em que lan?aram um EP hom?nimo, at? agora, a banda surgiu destacada em diversas publica??es nacionais e internacionais e apresentou o EP, ao vivo, em Portugal e Espanha, onde a sua m?sica foi recebida com intensidade. Com a edi??o de dois novos temas, “Fornelo Tapes Vol.1”, no passado m?s de janeiro, os Sensible Soccers regressam ? estrada para concertos pelo pa?s fora, bem como um regresso ? Galiza.
A pen?ltima sexta-feira de mar?o (23) abre espa?o a uma figura de culto norte-americana elevada j? a um estatuto mitol?gico. Daniel Higgs ? um criador m?stico que cruza a poesia com texturas sonoras de forma elaborada. Conhecido por ter sido frontman dos Lungfish, banda de culto ligada ? Dischord Records (casa de bandas como Fugazi ou Minor Threat) e consequentemente a toda a cena de Washington da d?cada de 80, Daniel Higgs continua, como sempre o fez, a deixar uma marca - o mais pessoal poss?vel - e os trabalhos editados pela Thrill Jockey ou Holy Mountain, assim como quase tr?s d?cadas de discos editados, livros de poesia e cole??es de desenhos, assim o provam. Muitas vezes ouvimos que o trabalho de um artista tem de falar por si pr?prio e com Higgs esta m?xima soa a mais verdade do que nunca. Tr?s d?cadas de arte c?smica, da qual temos apenas de agradecer que esteja confinada ? nossa atmosfera e ao nosso tempo.
A fechar a agenda deste m?s, o Caf? Concerto do Centro Cultural Vila Flor recebe, a 31 de mar?o, o ?ltimo concerto da tourn?e europeia dos Gala Drop. 2011 foi um ano em cheio para esta banda, que, no final do ano, visitou a vizinha Espanha, a Fran?a e a It?lia, atuando nos principais festivais desses pa?ses ao lado de nomes como Bonnie 'Prince' Billy ou Silver Apples. Em setembro do ano passado, os Gala Drop gravaram ainda, em colabora??o com Ben Chasny (Six Organs Of Admittance/Comets on Fire), um EP para esta primeira metade de 2012, que dar? origem ao novo disco de originais, intitulado “Broda”. Dia 30 de mar?o ? a data reservada para o lan?amento deste novo trabalho, gravado em Setembro de 2011 nos Est?dios Namouche, em Lisboa, e misturado e masterizado uma vez mais pelo Rafael Toral. O disco vai ter edi??o em vinil 12’’ pela Gala Drop Records. Os Gala Drop iniciam a 13 de mar?o uma tourn?e europeia que percorrer? pa?ses como Espanha, Fran?a, B?lgica, Holanda e Alemanha, finalizando esta s?rie de atua??es no Caf? Concerto do Centro Cultural Vila Flor. Espera-se que o novo trabalho dos Gala Drop os atire para um alto n?vel de reconhecimento. Pela aclama??o internacional adivinha-se que, em breve, Portugal ser? pequeno para o talento dos Gala Drop.
Todos os concertos acontecem ?s 24h00, no Caf? Concerto do CCVF. Os bilhetes podem ser adquiridos no Centro Cultural Vila Flor, nas lojas Fnac e no s?tio www.ccvf.pt onde ? poss?vel consultar toda a programa??o.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Jovens cantoras vimaranenses revelam-se no VII aniversário da Galeria Lucília Guimarães
                                      
                                                                              
A Galeria Lucília Guimarães comemorou no passado sábado o seu VIII aniversário com um pequeno grande programa que para além de pintura incluiu música e leitura de poesia.

A pintora convidada deste ano foi Ana Del Rio, uma espanhola radicada em Espinho, cuja mostra, a que chamou Bleau Blanc Rouge, provocou a atenção de quem teve a oportunidade de a ver, levantando questões que reflecte. A sua pintura sedutora convidou-nos a entrar nas portas e janelas estampadas nos seus acrílicos sem tela, induzindo-nos a percorrer paisagens urbanas imaginárias.

De Pevidém vieram as vozes das irmãs Ângela (15 anos) e Inês (13 anos), acompanhadas à viola por João Almeida, deram um pequeno concerto, interpretando canções em português e também de autores anglo-saxónicos.

A encerrar o aniversário Lucília Guimarães, nos seus veneráveis 80 anos de idade, leu alguns poemas da sua autoria dedicados ao seu marido, o grande amor da sua vida.

Em ano de Capital Europeia da Cultura, Lucília Guimarães desta que a Galeria vai ter uma “programação própria” e, mesmo sendo uma galeria privada, “já não tem espaço para exposições individuais este ano”. Caso algum artista se vislumbre como pertinente para expor na Lucília Guimarães, “haverá sempre espaço para o incluir em exposições colectivas”, acrescenta a proprietária.

Amanhã, dia 3 de Março, a Galeria vai inaugurar a exposição de pintura e Glória Sá. “Evoluindo” estará patente até ao próximo dia 14 de Março.


António Martins
POPULAÇÃO LOCAL E TURISTAS PARTICIPARAM NO

 REVIVER DAS TRADIÇÕES DA MATANÇA DO PORCO







No passado Sábado, logo pela manhã, a freguesia de Mondim de Basto acordou pronto a receber mais de uma centena de pedestrianistas madrugadores que se associaram à iniciativa de recordar e reviver a tradicional matança do porco, evento organizado pela Freguesia de Mondim de Basto e o Parque de campismo local.

A azáfama instalou-se no parque de campismo local com o toque de saída para a primeira actividade, naturalmente de desgaste para preparar o amigo estômago, assim nada melhor do que uma caminhada a preceito por veredas, trilhos e caminhos rurais calcorreados por jovens e adultos, animados em passo ritmado rumo as margens do rio Cabril com a sua água cristalina. Seguindo pelos estreitos trilhos agrícolas de Vilar de Viando, chegou-se ao alto do Penedo do Vale, local privilegiado, considerado por muitos, o lugar mais bonito de Vilar de Viando, um autêntico Miradouro. Composto por várias Eiras, Alpendres e Espigueiros, alguns já em estado de abandono. Neste lugar, além de oferecer a todos os caminheiros uma panorâmica fotográfica, ofereceu também e, ficará na recordação de muitos, com certeza, um rico mata-bicho com saborosas febras, as famosas pataniscas preparada pela dona Maria da Graça de Pedra Vedra, acompanhadas com broa, bolachas e café no pote, que nos contagiaram e satisfizeram a pedir por mais, num banquete esplendoroso e requintado, demonstrativo das nossas gentes, que quando abrem as suas portas, recebem os visitantes de uma forma afectuosa.

Rumamos ao Parque de Campismo de Mondim esfusiantes e alegres pelo agradável passeio, lá seguiu-se a terceira parte da jornada com um magnífico almoço, a que não faltou o porco no espeto, os rojões, a linguiça, o entrecosto regados com o bom vinho da região, que deliciaram e saciaram os visitantes que se associaram ao evento e se foram aproximando com as doze badaladas a anunciar a hora do repasto.

Durante a tarde, a festa continuou com a animação de jogos e ao som da Concertina do Luis da Etelvina que proporcionou um alegre convívio cheio de dança e encanto que veio a ajudar à digestão das saborosas refeições.

Este evento, organizado pela freguesia de Mondim de Basto, já alcançou o seu cunho, pela participação massiva da população e visitantes campistas. Tal como nos anos anteriores, contou com a participação especial e sempre grata dos dirigentes nacionais da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.



                                                                                  O Executivo

Mondim de Basto, 06. Março.2012
Primeira produção do Teatro Oficina em ano de Capital Europeia da Cultura tem estreia marcada para março:
“Cosmos”,de Lautaro Vilo
“Cosmos”, de Lautaro Vilo, é a mais recente produção do Teatro Oficina, resultando de uma residência artística na cidade de Guimarães e envolvendo os atores do Teatro Oficina.
A estreia absoluta irá acontecer a 09 de março às 22h00, no Espaço Oficina (Av. D. João IV, 1213 Cave), em Guimarães, e permanecerá em cena no dia 10 também às 22h00 e dia 11 às 17h00.
Esta peça inspira-se numa reflexão do autor acerca do processo de conhecimento progressivo que trava com as suas personagens, e gira em torno duma família cujos irmãos já são adultos e se reúnem para passar as festas de final do ano.
Entre os nervos do reencontro e a conversa posta em dia das suas vidas, estes irmãos (por momentos perfeitos estranhos) dispõem-se a desfrutar do momento de “comunhão”. Porque esse é motivo destas reuniões e porque a alegria, mesmo que imposta, é a melhor maneira para não se relacionarem demasiado. A obra define-se então como uma investigação poética sobre as dificuldades e as impossibilidades de partilhar a dor alheia.
“Cosmos” encontra-se integrado na programação de Artes Performativas da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
Numa wikipediana e aleatória busca na internet encontro o sentido perfeito para esta palavra, e encontro-a em mandarim, literalmente espaço-tempo, sentido fundador e definidor do teatro. Estamos assim a começar este ano, tão simbólico e festivo, pelo princípio certo, escolhendo acertadamente os nomes que nos pomos. Mas se formos pelo sentidocomum da palavra chegamos a definições ainda mais reveladoras desta escolha, expressões como sistema em harmonia provocam um sorriso nos nossos espíritos e corações, já que é exatamente aquilo que estamos a construir no Teatro Oficina: uma ideia de teatro, que é mais do que isso, é uma ideia de criação no contexto de uma cidade, de um país e mais do que tudo isso, uma certeza de crescimento estruturado, onde a capital europeia de cultura aparece na altura certa, numa função mais de participação global de uma comunidade, contrariando ambições de“ovo de Colombo” ou de deslumbramento com paixões efémeras. Fazemos hoje aquilo que temos feito, criação dramatúrgica neste nosso tempo real, com um conjunto de atores mais alargado, com uma forte componente de formação paralela à criação, assumindo o risco que é este trabalho de pesquisa, mas certos deste lento e efetivo caminho que outros começaram, e que alegremente vamos continuando.
Com o Lautaro Vilo hoje, amanhã com o Jacinto Lucas Pires, e de vez em quando com o Shakespeare, mas também com o João Henriques, o João Pedro Vaz, o José Olivares, ou as Saras, a Diana, o Emílio, o Pedro, o Eduardo, o André e a Alheli e o Ivo, vamos escolhendo os nomes que vamos pondo às coisas, e as coisas são primeiro teatro, mas a seguir, um segundo depois, entram no desígnio maior da cidade que nomeamos.
Marcos Barbosa, Diretor Artístico do Teatro Oficina
“Cosmos” é a terceira aventura teatral ligada a esta bela companhia de teatro. Em 2010, sendo nós apenas doisconhecidos com boas referências recíprocas, Marcos Barbosa convidou-me para encenar “A Fábrica”. No ano passado, o próprio encenou e interpretou “Um acto de comunhão” e, neste caso, fui chamado novamente a participar neste evento tão significativo que é Guimarães 2012 com esta nova peça de teatro. Há momentos em que nos sentimos honrados e felizes e estes meses de trabalho foram exemplo disso.
Em “Cosmos”, parti de uma afirmação de Ibsen que li em tempos. Ele disse que conhecia as suas personagens gradualmente, à medida que escrevia uma peça de teatro. Na primeira versão da obra, conhecia-os como se tivesse partilhado uma viagem de comboio com os mesmos; na segunda, como se tivesse ido de férias com eles e na terceira, já os conhecia como se fossem membros da sua família, de uma forma profunda e com uma imagem tão clara que já nunca iria mudar. Esta afirmação, desde os tempos em que estudava, parecia-me muito motivadora e muito problemática: motivadora no sentido de me questionar quando poderia chegar a conhecer as personagens duma peça escrita por mim dessa maneira tão íntima. Problemática, perturbadora, porque muitas vezes constatei que, em muitas famílias, as personagens nunca chegam a conhecer-se profundamente. E, no entanto, este misterioso grupo de estranhos que se relacionam entre si ao longodas linhas que definem uma infância compartilhada, não deixa de ser a âncora fundamental do mundo adulto. Muitas vezes o lugar a partir do qual pensamos em herança, a partir do qual vemos o mundo: "Na minha família somos assim". Vejo nas reuniões familiares um mistério, o encontro e a impossibilidade de conhecimento como com qualquer pessoa no mundo, mas ainda mais. Éentre os irmãos que muitas vezes convive o conhecimento mais íntimo com o maior distanciamento. O resto é uma espécie de aventura louca e momentos esquivos onde a reunião familiar naufraga em mares distintos de desejos muitas vezes não correspondidos numa cidade contemporânea.
Lautaro Vilo, Autor e Encenador